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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 20/05/2022 - Notícias

Diretoria do Adufg-Sindicato repudia aprovação do projeto que permite implantação do 'homeschooling' no Brasil

Diretoria do Adufg-Sindicato repudia aprovação do projeto que permite implantação do 'homeschooling' no Brasil

A diretoria do Adufg-Sindicato divulgou nesta sexta-feira (20/05), nota de repúdio contra a aprovação do projeto que permite a implantação do ensino domiciliar no Brasil. "Proposta destrói o papel das escolas e aumenta o abismo social e econômico no País", diz o texto.

Confira, abaixo, a íntegra do texto:

A diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) manifesta seu total repúdio à aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei 2.401/19, de autoria do governo Bolsnaro, que autoriza a implantação do ensino domiciliar, o chamado “homeschooling”. Considerada uma das principais bandeiras bolsonarismo, a proposta se apresenta como uma alternativa à escola em tempos de profunda evasão escolar e de inúmeros desafios enfrentados pela educação básica no sentido de recuperar a defasagem no aprendizado de milhões de crianças e adolescentes.

Para a diretoria do Adufg-Sindicato, se for colocado em prática, o projeto pode destruir o papel das escolas e aumentar ainda mais o abismo socioeconômico no Brasil. Alunos de camadas mais vulneráveis não têm a menor condição. Afinal, das referências para a elaboração da proposta, destaca-se a educação estadunidense, e, que esse modelo serve majoritariamente à disseminação do fundamentalismo religioso, da subserviência da mulher, do ‘terraplanismo’ e até mesmo defende a supremacia branca. São pautas que inspiraram a bandeira de campanha dos bolsonaristas e fizeram com que o projeto chegasse ao Congresso Nacional para agradar, sobretudo, o campo ultraconservador da sociedade brasileira.

No Brasil, diante da profunda crise que a educação enfrenta em todos os níveis, esse projeto é mais uma forma de justificar a redução orçamentária, a precarização do ensino e das condições de trabalho para professores e professoras, o sucateamento das escolas e ainda a disseminação de valores discriminatórios. Em um país em que apenas 17,4% da população possui ensino superior completo (IBGE, 2019), em que a escola é por excelência o lugar de garantia da identificação, atenção e combate ao trabalho infantil, à violência sexual, à insegurança alimentar e diversas outras formas de exploração ou condições de vulnerabilidade social, pensar que há viabilidade em uma proposta como essa só reafirma a falta de compatibilidade do governo Bolsonaro com a realidade concreta dos brasileiros e brasileiras.

Fica nítido, ainda, que o projeto desse governo de limitação da mobilidade social por meio da educação formal, tendo em vista que o homeschooling favorece a manutenção do status da elite brasileira ao passo que favorece o domínio e a subserviência das classes mais baixas. Quando as crianças e adolescentes são afastados da escola, são apartados do pensamento crítico e da capacidade de sonhar e de construir um novo futuro e uma nova história não apenas a nível pessoal, mas também social. Por acreditar na educação pública, gratuita e de qualidade em qualquer que seja o seu nível, o Adufg Sindicato repudia de todas as formas a aprovação desse projeto pela Câmara dos Deputados e pede que os senadores goianos votem contra a proposta. A entidade pede, ainda, que a população pressione os parlamentares neste sentido.

Veja, abaixo, os contatos dos senadores de Goiás:

Jorge Kajuru
Telefones: (61) 3303-2844 / 2031
 E-mail: sen.jorgekajuru@senado.leg.br

Luiz Carlos do Carmo
Telefones: (61) 3303-6439 / 6440 / 6445
 E-mail: sen.luizcarlosdocarmo@senado.leg.br

Vanderlan Cardoso
Telefones: (61) 3303-2092 / 2099
 E-mail: sen.vanderlancardoso@senado.leg.br


Goiânia, 20 de maio de 2022
Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás