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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 12/02/2021 - Notícias

“As pessoas estão cansadas do vírus, mas a pandemia não acabou”, alerta professora Érika Silveira durante Ciclo de Debates

“As pessoas estão cansadas do vírus, mas a pandemia não acabou”, alerta professora Érika Silveira durante Ciclo de Debates

A importância do distanciamento social durante o Carnaval foi o tema discutido nesta quinta-feira (11/02) no Ciclo de Debates Adufg, com a participação da professora Érika Silveira, doutora em Epidemiologia e Saúde Pública, e docente da Universidade Federal de Goiás (UFG). A conversa foi mediada pela diretora de Convênios e de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professora Ana Christina Kratz.

As professoras salientaram que o distanciamento social é fundamental para impedir uma possível terceira onda, após a explosão do número de casos em janeiro devido às festas de final de ano. “Temos que lembrar que esse vírus se propaga rapidamente quando as pessoas estão juntas. No início de dezembro, já com a perspectiva de fazer compras e de fazer viagens, essa movimentação já gerou um aumento que nos deixou em uma situação bem mais grave”, disse Érika.

Para a pesquisadora, o Brasil tem sido muito omisso no combate da pandemia. “Poucos Estados estão agindo de forma contundente para conter o vírus. As prefeituras não aderem e a população não aceita os protocolos. As pessoas estão cansadas do vírus, mas a pandemia não acabou. Estamos com mais de 235 mil óbitos no país e mais de 9 milhões de casos da doença. Quanto mais pessoas nas ruas, maior a probabilidade de surgir variantes”, criticou.

A docente também abordou o impacto da doença sobre o sistema de saúde no geral, afetando o atendimento de outras áreas emergenciais, como cardíacos, pacientes de câncer e mesmo acidentados. “A situação acaba agravando o atendimento de outros pacientes. É um momento de grande impacto na saúde mental, o estresse agrava a situação dos cardíacos”, comentou.

A diretora do Sindicato relatou que teve Covid-19 e ficou acamada por 21 dias, mesmo sendo um caso considerado leve. Ela chamou atenção para o impacto emocional da doença. “Gera medo, pânico e dificuldade para a família inteira”.

Carnaval
Mesmo sem o feriado, a festividade preocupa as autoridades de saúde. Isso porque o Carnaval é uma festa típica cultural do Brasil, quando as pessoas se aglomeram, o que facilita a transmissão do coronavirus. Segundo Érika, não é porque tem vacina que as pessoas podem festejar. “Até que 70% da população esteja vacinada, o único caminho é máscara, álcool-gel e principalmente distanciamento social. Se você está circulando por aglomerações, a máscara não será o suficiente”, alertou Érika. “É para pular Carnaval em casa. É pra curtir o feriado de um jeito diferente, sem colocar outras pessoas em risco”, orienta, “temos que parar de pensar só na gente e começar a pensar no todo”.