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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 27/04/2021 - Notícias
Presidente do Adufg-Sindicato media debate com deputados federais
Debate teve o tema "As universidades estão em risco?" e faz parte da programação em comemoração aos dois anos do Observatório do Conhecimento
O professor Flávio Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), mediou nesta segunda-feira (26/04) o debate “As universidades estão em risco? – Como o conhecimento é impactado pelo cenário político do país” promovido pelo Observatório do Conhecimento, que foi transmitido pelo Facebook e pelo YouTube do observatório.
Participaram da transmissão os deputados federais Alessandro Molon (PSB), líder da oposição na Câmara; Bacelar (Podemos), membro da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados; Marcelo Ramos (PL), vice-presidente da Câmara; Orlando Silva (PCdoB), vice-líder do partido, ex-ministro do Esporte e ex-presidente da UNE; e Rosa Neide (PT), professora e coordenadora da Frente Parlamentar Mista pela Valorização das Universidades Federais.
O professor Flávio elogiou o trabalho realizado pelo Observatório e a temática do debate “tão necessário em meio a tantos ataques”.
“As políticas de investimento revelam o perfil do governo em qualquer sociedade. Nos últimos cinco anos o Brasil tem visto queda do investimento nas áreas de educação, ensino e pesquisa e, pra piorar, no governo Bolsonaro, o que já era temerário, piorou. Além dos cortes, o governo promove uma verdadeira patrulha ideológica que tem como objetivo promover o discurso contra o Estado”, criticou.
Flávio também lembrou que a democracia está ameaçada dentro das universidades, já que o presidente se recusa a nomear os reitores escolhidos pela comunidade acadêmica, para dar lugar a professores que, na visão do presidente, estão mais alinhados ao pensamento bolsonarista. “O projeto do atual governo é claro: sucateamento e privatização”, resumiu.
“Não só as universidades [estão em risco]: há um verdadeiro desmonte da educação brasileira. É um projeto que já vem desde 2015. Este é um dos períodos mais críticos para a educação brasileira”, apontou o deputado Barcelar.
Para Rosa Neide, a situação está pior do que podíamos imaginar. “É um projeto em que a grande maioria da população e aqueles mais frágeis devem ficar cada vez mais excluídos”, afirma, “a sociedade eleita no projeto do governo Bolsonaro não tem espaço para a educação, a ciência e a tecnologia”.
Alessandro Molon foi categórico ao defender que o caminho para superar as enormes dificuldades que o País enfrenta é apostar na educação, na ciência, na tecnologia e na inovação. “Pouca coisa era tão evidente em Bolsonaro desde muito antes da sua eleição quanto seu desprezo pela educação e pelo conhecimento em geral”, disse, “O atual presidente sempre deixou claro que considera as universidades suas inimigas”. Ele também se referiu ao governo Bolsonaro como “covarde”.
Segundo o deputado Orlando Silva, é preciso resistir em todas as frentes possíveis. “Precisamos somar todas as frentes de luta para não permitir que o desmonte aconteça no nosso País. Precisamos ocupar espaços vários para impedir que mais retrocessos aconteçam”, disse. Ele se referiu aos cortes promovidos pelo novo Orçamento como “um escândalo” e afirmou que as universidades estão em risco não apenas no sentido mais concreto, mas em sua liberdade de pensamento. “O pensamento crítico, capacidade analítica, não combina com fascismo. Ao fascismo, interessa a servidão”, atacou.
Marcelo Ramos defendeu que é fundamental lutar pela recomposição do orçamento da educação. “Partimos da premissa de que a autonomia financeira, a garantia dos recursos para o funcionamento administrativo e acadêmico da universidade, era a maior para que a universidade tivesse autonomia política e acadêmica”.
Ainda assim, Ramos concluiu sua fala com uma mensagem de otimismo frente à adversidade: “nossas universidades atravessaram uma ditadura militar e saíram fortalecidas e novamente estão sendo testadas”.
Confira a transmissão: