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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 16/11/2020 - Jornal do Professor

(JP Online): Eleições municipais indicam reação do campo progressista

Os resultados das eleições municipais de 2020 podem indicar uma espécie de reação do campo progressista no Brasil, especialmente nas grandes cidades. Candidatos da chamada extrema direita, que eram apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, não saíram vitoriosos. Dos 59 candidatos abertamente da confiança do mandatário, somente nove venceram. “Isto mostra uma certa reação, mas ainda não é o fim da onda conservadora. Talvez seja um arrefecimento que sugira um sinal para 2022”, avalia a professora Denise Paiva Ferreira, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (FCS-UFG).

Uma das reações mais fortes ocorreu em São Paulo. Na capital paulista, Guilherme Boulos (PSOL) disputará o segundo turno contra o atual prefeito Bruno Covas (PSDB). Candidato abertamente bolsonarista, Celso Russomano (Republicanos) acabou em quarto lugar. O PSOL também se destacou no Legislativo paulistano e será a terceira maior bancada da Câmara Municipal.

No Rio de Janeiro, o vereador mais votado foi Tarcísio Motta, também do PSOL. O partido elegeu outros seis vereadores na cidade. Nas prefeituras, Manuela D’Ávila e seu PCdoB vão ao segundo turno em Porto Alegre. No Recife, a disputa será entre dois candidatos de centro-esquerda: os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). Em Belém, o candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues, foi o primeiro colocado e disputará o segundo turno. “É perceptível que houve protagonismo de outros partidos de esquerda que não o PT. O exemplo mais paradigmático é o crescimento do PSOL. O PT começa a ter que dividir o campo político da esquerda com outras legendas e com novas lideranças”, destaca Paiva.

Em Goiás, porém, a onda conservadora conseguiu se manter nas principais cidades. Na capital, o segundo turno será entre Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD). Em Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB) foi reeleito com 95% dos votos válidos. Em Anápolis, Roberto Naves (PP) ultrapassou o petista Antônio Gomide nas últimas semanas de campanha e fechou a votação em primeiro lugar. Os dois disputarão o segundo turno. Em alguns municípios do interior goiano, partidos de oposição a Bolsonaro conseguiram bons desempenhos. Cavalcante, por exemplo, elegeu seu primeiro prefeito quilombola: Vilmar Kalunga (PSB).