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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 05/01/2021 - Jornal do Professor

(JP Online) - Perspectiva de cenário econômico ruim em 2020 é reflexo do Governo Bolsonaro

“Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (05/01), ao conversar com apoiadores na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada. A confissão de Bolsonaro parece fazer sentido sobre a perspectiva ruim para o cenário econômico em 2021 e sobre a falta de eficiência do Governo Federal. Segundo boletim do Banco Central, a previsão é de aumento de 4,21% na inflação. A organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) encolheu para 2,6%.

Para o professor e economista da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da Universidade Federal de Goiás (FACE-UFG), Everton Rosa, não há base para previsões otimistas. “Elas só seguem a tradição das previsões de que, após um ano de crise, vem um ano de recuperação. O verdadeiro cenário é de incerteza”, avalia.

Outro problema é o dólar. Os cenários mais otimistas cravaram uma queda de até 20%, mas dependendo de uma condicional muito importante: a vacinação em massa da população, garantindo o retorno das atividades econômicas. Até agora, a vacina segue como o dólar: a perder de vista. A moeda americana começou 2021 indo a R$ 5,26. Em 2020, a alta acumulada foi de quase 30%. “Na teoria, se você tem uma população imunizada a necessidade de maiores medidas restritivas sociais e econômicas é afastada. Mas não estou otimista”, declara o economista. “Dependendo de quem é o presidente, do que está sendo feito, e de quais são os valores definidos, isso pode estimular mais a saída de capital, que é o que está acontecendo”, completa.

Essa falta de planejamento recai até mesmo sobre os servidores públicos, com as ameaças constantes de cortes e privatizações. “Esse é o discurso vendido para a população. É equivocada. Entendo como oportunismo do governo”, avalia Everton Rosa. “O problema é macroeconômico. Temos um país profundamente desigual que diminui as oportunidades que sua população tem e que oferece um crédito extremamente caro. Elementos estruturais precisam ser mudados não no Estado, mas na economia”, analisa.