UFG anuncia déficit zero e ausência de dívidas, mas enfrenta problemas de estrutura física e falta de equipamentos

A Universidade Federal de Goiás (UFG) anunciou, na última semana, que iniciou o ano sem dívidas do exercício financeiro anterior. No entanto, diversas unidades acadêmicas da instituição de ensino enfrentam problemas de estrutura física e falta de equipamentos.

O Campus Aparecida de Goiânia, que entrou em funcionamento há menos de seis meses, acumula queixas, como o mau funcionamento da rede internet, a inconstância no fornecimento de comida, além do atraso na instalação de equipamentos já disponíveis. A reportagem do Adufg-Sindicato esteve no local e conversou com professores, servidores e estudantes.

Um dos docentes, que preferiu não se identificar, compartilhou algumas insatisfações. Segundo ele, vários equipamentos já entregues ainda não foram instalados e a conexão de internet é totalmente instável, o que prejudica as atividades da comunidade acadêmica. A reportagem flagrou alguns problemas: entulhos em corredores ou nas escadas, espaço de alimentação fechado após almoço, laboratórios inoperantes, além de questões estéticas.

O local ainda não conta com um estrutura permanente para alimentação. Atualmente, o campus faz uso de um espaço improvisado que serve café da manhã e almoço em horários específicos. A reportagem entrou em contato com o diretor da Faculdade de Ciências Tecnologia (FCT), professor Júlio Cesar Valandro. Ele reconheceu que as condições ainda não são as ideais, mas alegou que há indicativos de uma melhora gradual. “O campus tem se fortalecido e se consolidando cada vez mais”, afirmou.

Os problemas de estrutura física também atingem outras unidades. No Centro de Aulas D (Campus Colemar Natal e Silva), as primeiras chuvas que caíram foram suficientes para que as salas de aulas ficassem completamente inundadas, em razão de goteiras e infiltrações. O mesmo problema foi registrado no Centro de Aulas B, que fica no Campus Samambaia. Diversas salas já foram tomadas por goteiras.

Em novembro do ano passado, a diretoria do Adufg-Sindicato pediu, por meio de ofício, que a UFG solucionasse problemas verificados em equipamentos e na estrutura física do Centro de Aulas Aroeira, também no Campus Samambaia. Docentes ouvidos pela reportagem relataram que o equipamento responsável pela circulação de ar da sala dos professores apresentou defeito e não funcionou por várias semanas. A sala, que não dispõe de saída de ar, tornou inviável a permanência de pessoas no local, principalmente com as altas temperaturas registradas no segundo semestre de 2023.

O ofício do Adufg-Sindicato também pediu que problemas de iluminação na região próxima ao Restaurante Universitário (RU) fossem resolvidos. Professores ouvidos pela reportagem, na época, afirmaram que havia um problema de iluminação pontual no estacionamento e um crônico em frente ao restaurante. Procurada, a Secretaria de Comunicação da UFG informou que a universidade já havia aberto licitação para executar o reparo da parte externa do campus.

Orçamento
Em 2024, a UFG deve receber quase R$ 82 milhões somente como verba de custeio, já que existem expectativas que o aporte para investimento venha através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Educação. Em conversa com a reportagem, a reitora da UFG, professora Angelita Lima, celebrou o fato da instituição ter terminado o ano de 2023 com as contas em dia. “É algo inédito”, disse. No entanto, a docente reconheceu que a situação está longe do ideal. “Fizemos com que a UFG coubesse dentro desse orçamento”, explicou.

Nas redes sociais, bastou o anúncio do déficit zero ser feito para que críticas de estudantes surgissem. “Sem déficit, sem papel higiênico, sem revisão nos elevadores, sem um monte de coisas”, declarou um aluno. “A UFG parece lugar abandonado: sem iluminação, sem papel nos banheiros e equipamentos de ar estragados”, relatou outro estudante. “A Faculdade de Odontologia não conta com materiais básicos e os laboratórios estão sucateados”, disse outro internauta.

Obras
Ao anunciar o início do ano com déficit zero, a UFG também informou que 18 obras foram contratadas. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Comunicação e pediu a relação de todas as contratações, com data de início e previsão de término. Clique aqui e confira a íntegra do documento enviado pela universidade. O Adufg-Sindicato, no cumprimento do seu papel, continuará acompanhando atentamente a solução das questões.

Clique aqui e confira o cronograma das 18 obras anunciadas pela UFG.