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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 22/09/2020 - Jornal do Professor

(JP OPnline): Corte de 5,3% no CNPq pode comprometer resposta eficiente ao coronavírus

(JP OPnline): Corte de 5,3% no CNPq pode comprometer resposta eficiente ao coronavírus

O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021 prevê um corte de 5,3% no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), uma das mais importantes fundações para o financiamento de pesquisa de ponta no Brasil, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O corte é tão significativo que pode comprometer ainda mais uma resposta eficiente do Brasil à pandemia do coronavírus (Covid-19).

Em Goiás, por exemplo, algumas das principais pesquisas relacionadas à pandemia são financiadas pelo CNPq ou possuem professores bolsistas. Para o pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Laerte Guimarães Ferreira Jr, a situação é preocupante. “O CNPq investe no pesquisador por meio de uma série de ações e apoios diretos, como edital universal. Com o orçamento menor, ele tem menos recursos para manter minimamente laboratórios funcionando”, alerta.

O professor lembra que a pós-graduação é o lugar em que mais se produz pesquisa científica. “Reduções de orçamento significa menor possibilidade de bolsas para nossos programas. A pós-graduação precisa de bolsas para funcionar”, resume.

Laerte também ressalta o papel desempenhado pela comunidade acadêmica no enfrentamento à pandemia. “A universidade pública brasileira demonstrou capacidade impressionante de resposta à complexidade dos desafios impostos pelo coronavirus”, diz. “Isso só foi possível porque temos pesquisas sendo feitas que geram conhecimento. Quando aparece uma situação de crise, os pesquisadores estão capacitados para responder”, completa

Desde 2019, o CNPq não foi poupado dos ataques na área da educação e já perdeu parte do seu orçamento e de suas bolsas. Somado ao corte projetado, pelo menos metade do seu orçamento (R$ 696 milhões) depende de aprovação do Congresso. Caso o pior cenário se consolide, não será possível nem mesmo manter as atuais 80 mil bolsas mensais.