Alunos de pós-graduação da UFG paralisam atividades após suspensão do pagamento de bolsas

Estudantes de pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG) promovem nesta quinta-feira (08/12), uma série de atividades contra a suspensão do pagamento das bolsas de pós-graduação, iniciação científica, residência médica e pedagógica, que são custeadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A suspensão é resultado dos cortes orçamentários feitos pelo Ministério da Educação (MEC) nas últimas semanas.

No total, mais de 200 mil alunos que cursam mestrado, doutorado, residência e iniciação científica ficarão sem renda no mês de dezembro em todo o Brasil, uma vez que os programas da CAPES exigem que os bolsistas tenham dedicação exclusiva, o que impede que eles tenham outras fontes de renda.

O presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor Geci Silva, acompanhou uma das atividades realizadas pela Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFG nesta quinta-feira. “Estamos diante de um governo que passou quatro anos proferindo ataques contra as universidades. É um governo que tem negado a ciência e retirado verbas dos mais diversos programas. Nós, do Adufg, apoiamos a mobilização dos estudantes para garantir o desbloqueio orçamentário às instituições de ensino e o pagamento das bolsas”, afirma.

A vice-presidente da APG, Lara Damiane, ressalta que os alunos se sentem ameaçados coma falta de previsão de pagamento das bolsas. “Somente na UFG, estimamos cerca de 1,5 mil bolsistas. Para muitos, a bolsa é a única fonte de renda mensal”, explica.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, deu prazo de 72 horas para que o Governo Federal explique o bloqueio de recursos para a CAPES. Ele é relator de uma ação da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes (Ubes). Nesta quinta-feira, o MEC transferiu R$ 50 milhões para o pagamento de bolsas da educação básica. No entanto, ainda faltam os R$ 150 milhões para custear as bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.