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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 11/11/2025 - Notícias
Em seminário promovido pelo Adufg e entidades sindicais, Vladimir Nepomuceno alerta para o desmonte do serviço público
“O objetivo da Reforma Administrativa é a redução drástica dos serviços públicos. Essa proposta faz parte de um projeto derrotado no passado, que buscava limitar a presença do Estado e reduzir o alcance das políticas sociais”, afirmou o assessor e consultor de entidades sindicais Vladimir Nepomuceno na tarde desta segunda-feira (10/11), durante o seminário promovido pelo Adufg-Sindicato em parceria com outras entidades sindicais. O evento reuniu docentes, técnicos e representantes de movimentos sindicais interessados em compreender os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 38/2025, atualmente em fase inicial de trmaitação na Câmara dos Deputados.
Na ocasião, Vladimir explicou que a proposta representa um grave retrocesso nas políticas públicas e ameaça diretamente o modelo de Estado de bem-estar social construído a partir da Constituição de 1988. Ao comparar o modelo atual com o que está sendo proposto, destacou que a consolidação de um Estado de bem-estar social depende não apenas de políticas públicas adequadas, mas também de servidores qualificados e valorizados. “Para colocar tudo isso em prática, precisamos de duas coisas: a elaboração e a implantação de políticas sociais, e pessoas para trabalhar nelas. É por isso que foi criado o regime jurídico único, garantindo estabilidade e continuidade ao serviço público”, completou o especialista.
A presidenta do Adufg-Sindicato, professora Geovana Reis, destacou a importância do debate. Para ela, o encontro foi essencial para compreender a profundidade dos impactos da PEC 38/2025 e reforçar a necessidade de mobilização social contra o desmonte do Estado brasileiro. “O seminário nos ajudou a entender melhor o desmonte proposto pela Reforma Administrativa. Entre os vários pontos abordados, o que mais me chamou a atenção foi a urgência de traduzirmos, de forma clara para a população, o que está em jogo: o fim do atendimento público de qualidade em áreas essenciais como saúde, educação e segurança”, afirmou.
Conscientização e mobilização permanente
Geovana Reis ressaltou ainda que o Adufg-Sindicato dará continuidade às ações de conscientização e resistência. “O desafio agora é manter o debate ativo dentro das universidades UFG, UFJ e UFCAT e também dialogar com outras categorias e com a população em geral. Precisamos ampliar essa discussão para defender o Estado e os serviços públicos que atendem a toda a sociedade”, disse a professora.
O diretor financeiro do Adufg-Sindicato e presidente da CUT Goiás, professor Flávio Silva, afirmou que a palestra deixou evidente que a proposta tem impactos muito mais amplos do que o discurso oficial sugere. “Essa reforma não atinge só os servidores públicos. Ela atinge a sociedade como um todo. Dentro das universidades, por exemplo, não serão apenas os servidores que sofrerão as consequências; as próprias instituições serão afetadas com cortes orçamentários ainda maiores”, alertou.
Flávio reforçou a necessidade de mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade civil para impedir o avanço da proposta. “É fundamental que todos se alertem e participem da luta contra essa PEC. De forma alguma podemos permitir que ela seja aprovada. Precisamos defender o serviço público, que é patrimônio de toda a sociedade”, afirmou o professor.
O seminário foi realizado de forma conjunta pelas seguintes entidades: Adufg-Sindicato, Sint-IFESGO, SindMPU, Sinjufego, Sintfesp-Go/To, Sintfesc e Sindsaúde-GO, com apoio da CUT Goiás e do Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e da Soberania.