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Autor: José Abrão

Publicado em 02/01/2020 - Notícias

Calendário 2020: Um ano que será de lutas

Dando seguimento às ações de 2019, o movimento docente já planeja mobilizações para o ano novo

Calendário 2020: Um ano que será de lutas
Melhores momentos das mobilizações de 2019 

O ano de 2020 será um ano de forte embate político, na perspectiva de aumentar a articulação e a mobilização não apenas do movimento docente, mas dos demais sindicatos e movimentos sociais organizados e estudantis.

Para janeiro, estão previstas rodadas de assembleias, para discutir e deflagrar o estado de greve, com previsão para o Encontro Nacional de Organização Sindical para fevereiro, assim como o Encontro Nacional das Comissões Internas de Supervisão de Carreira (CIS) para o mesmo mês.

Ainda em fevereiro teremos a realização de audiência pública no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília, em defesa do serviço público, além do primeiro Ato de Rua, com um protesto agendado para tomar lugar na Praça Universitária.

Março, mês do Dia Internacional da Mulher, também há previsão de novos protestos de rua, e a promoção da Plenária Nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) e do Dia Nacional de Mobilização em defesa do serviço púbico e dos servidores (as) públicos (as).

 

Retrospectiva

No ano de 2019, os (as) professores (as) do Adufg-Sindicato deixaram sua marca nas ruas em várias ocasiões. Frente aos ataques do Governo Federal, muitas foram as causas que levaram o Sindicato às manifestações de rua no Centro de Goiânia, tendo como palcos principais as Praças Universitária, do Bandeirante e a Avenida Goiás. Entre as pautas - estiveram os cortes na Educação, nas bolsas e na pesquisa, a Reforma da Previdência e o Programa Future-se. Com o Pacotaço do governo já no Congresso e a perspectiva de uma ampla Reforma Administrativa, tudo indica que os docentes deverão continuar engajados e mobilizados em 2020 na defesa dos seus direitos.

Maio: Os maiores protestos do ano ocorrem no final de maio, se mesclando à agenda do Dia do Trabalhador. Foram dois, ocorridos com poucas semanas de intervalo entre si. Em Goiânia, a maior manifestação ocorreu no dia 15 e reuniu 50 mil pessoas, seguida por outra no dia 30/05 com 30 mil pessoas. O presidente do Adufg-Sindicato, Flávio da Silva, reforçou que a luta pela Educação é de todos (as). “O País vive um momento grave. Desde 2015, que estamos sentindo na pele o contingenciamento na área da Educação. Precisamos ir para as ruas e manifestar. Mais de 70% da população de baixa renda estuda na UFG, esse é o perfil do nosso estudante". No interior houve protestos em Catalão, Jataí, Itumbiara e Anápolis, reunindo cerca de 5 mil pessoas em cada cidade.

Future-se: A principal manifestação contra o Programa Future-se ocorreu na primeira quinzena de agosto com protestos simultâneos em 204 cidades brasileiras que, juntas, reuniram mais de 900 mil pessoas contra o programa do MEC. O protesto também teve grande força de agregação sindical com mais de 50 entidades pelo Brasil. “Estamos nos organizando contra as ações que este governo tem tomado em relação à Educação, e no caso da universidade em particular, em relação ao Future-se”, disse a diretora de Assuntos Educacionais, de Carreira e do Magistério Superior do Adufg-Sindicato, Geovana Reis. “Tudo que é do povo está sendo atacado. Eu sinto que os (as) professores (as), os  (as) alunos (as), precisam se unir, mais do que nunca, contra esse projeto de destruição da universidade pública”, disse o professor Edgar Franco, da FAV. O educador do ICB, José Alexandre Felizola, concorda: “A gente voltou pra uma visão desenvolvimentista dos anos 1940, sem as concepções de equilíbrio ambiental e biodiversidade, em prol de uma destruição em nome do progresso, uma visão que não é condizente com o mundo moderno. Quanto ao Future-se, você claramente tem um mecanismo de desmonte sob uma roupagem de coisas que são bacanas: aumentar eficiência, internacionalização, parcerias com o setor privado e produtivo. São palavras mágicas que são legais, mas quem está propondo isso ao mesmo tempo está sucateamento e estrangulando a Educação, vindo deste governo, então não faz sentido. Por trás do Future-se você tem, na melhor das hipóteses, um projeto de precarização”.

Aula na rua: No mês em que foi celebrado o Dia do Professor (15 de outubro), os (as) docentes da UFG levaram suas aulas, pesquisas e alunos para a Avenida Goiás, se concentrando principalmente na calçada do Grande Hotel, onde abordaram a população e expuseram seus trabalhos. A aula veio da paralisação por dois dias dos estudantes, apoiados pelos professores (as), como explicou o diretor Administrativo do Adufg-Sindicato, João Batista de Deus, “quero chamar atenção que essa ação foi convocada pela UNE e nós professores (as) em Assembleia decidimos que estamos apoiando a paralisação dos estudantes e estamos junto com eles nessa luta. Estes dois dias de greve, de manifestação, são importantes para marcar nossa posição em relação aos cortes e ataques que o Ministro da Educação tem feito às universidades e à nossa categoria”. O professor Romualdo Pessoa, ex-presidente do Adufg-Sindicato, chamou as atitudes do governo de crime de lesa-pátria: “mostramos um pouco do que produzimos. Estes cortes dificultam nosso trabalho, inclusive em sala de aula. São absurdos, afrontam não só nossa condição de trabalho, mas são contra o desenvolvimento nacional”.

Acompanhe na nossa galeria de fotos os melhores momentos das mobilizações de 2019.