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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 27/03/2020 - Notícias

Parecer jurídico constata que suspensão de pagamento de benefícios para servidores em trabalho remoto destoa de regras de estado de calamidade

Instrução Normativa publicada pelo Ministério da Economia suspendeu auxílios de funcionários públicos que estão trabalhando em casa por conta da pandemia de coronavírus

Parecer jurídico constata que suspensão de pagamento de benefícios para servidores em trabalho remoto destoa de regras de estado de calamidade

A suspensão do pagamento de benefícios a servidores que estiverem trabalhando em casa devido à pandemia do novo coronavírus padece de vícios e destoa das demais regras que estabeleceram o estado de calamidade pública e seus efeitos. A constatação é de parecer jurídico solicitado pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais (Adufg-Sindicato) por conta da Instrução Normativa nº 28, publicada nesta quinta-feira (26/03), pelo Ministério da Economia.

Segundo o parecer do Departamento Jurídico do Adufg-Sindicato, a suspensão de vantagens aos servidores se dá na hipótese de ausência de motivo justificado. Mas, havendo justificativa para a ausência decorrente de caso fortuito ou força maior, a remuneração é devida, “A medida surge num momento excepcional em que as alterações na forma do trabalho dos servidores decorrem de uma necessidade que lhes foi imposta, uma força maior”, diz o documento.

Para o presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves da Silva, o corte de auxílios, como horas extras, adicional de insalubridade e adicional por trabalho noturno é um grande retrocesso. “É lamentável! Este é o momento em que o Brasil mais precisa dos servidores públicos, especialmente daqueles que, de uma forma ou de outra, atuam no combate ao coronavírus. Ao contrário de outros países, no Brasil, o governo tem buscado formas de retirar direitos do funcionalismo”, afirma.

O presidente lembra, ainda, que o trabalho remoto eleva custos extras para os servidores, como o aumento do consumo de energia, internet e telefone. “O Adufg-Sindicato vai avaliar, junto com outras entidades, quais medidas serão tomadas. Vamos usar todos os meios necessários para combater, por meio da Justiça, mais esse ataque”, ressalta Flávio.