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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 11/09/2020 - Notícias

G1: 'Desconstrução' de valores por livros didáticos cria 'zumbis existenciais', diz ministro

Milton Ribeiro (Educação) deu as declarações em um evento do Ministério da Saúde sobre ações em defesa da vida que discutiu doenças mentais em crianças e adolescente brasileiros.

G1: 'Desconstrução' de valores por livros didáticos cria 'zumbis existenciais', diz ministro
O ministro da Educação, Milton Ribeiro. — Foto: Isac Nóbrega/PR

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quinta-feira (10) que "desconstruções" de "valores", de "absolutos" e de "certezas" promovidas por livros didáticos antigos distribuídos pela pasta e por "pedagogias e filosofias equivocadas" criaram "verdadeiros zumbis existenciais" e contribuem para doenças que podem levar ao suicídio.

O ministro deu as declarações em um evento do Ministério da Saúde sobre ações de educação em saúde para defesa da vida, que discutiu doenças mentais em crianças, adolescentes e jovens brasileiros.

"Tudo na vida tem que ter um tempo determinado. Quando eu olho os livros do MEC, livros antigos, eu vejo algumas críticas que seriam próprias, talvez, para um quase jovem ou jovem, e não para uma criança de sexto ano. Discussões e desconstruções históricas que para mim não é oportuna (sic) naquela faixa etária", disse o ministro.

"Eu fiquei muito preocupado com isso. A grande moda dos sociólogos e dos filósofos de algumas correntes políticas hoje é destruir tudo, desconstruir tudo. Mas o pior: não se coloca nada no lugar, deixa um vazio. É por isso que os nossos jovens e adolescentes estão com esse vazio existencial que os leva a não viver nenhum tipo de propósito, a tirar a própria vida", afirmou Ribeiro.

"Nós temos hoje, no Brasil, motivados, creio eu, meu diagnóstico, motivados por essa quebra de absolutos e de certezas, verdadeiros zumbis existenciais. Não acreditam mais em nada, desde Deus e política. Eles não têm nenhuma motivação", completou ele.

Ribeiro acrescentou que, ao fazer o comentário, não estava "pregando uma alienação da nossa juventude". Entretanto, defendeu que "tudo na vida tem sua época certa".

"Eu creio que não é na infância e na adolescência que esses valores - pelo menos o que eu encontrei nos livros didáticos fornecidos pelo MEC no passado não tão distante - não é essa época desse tipo de discussão", complementou o ministro, sem detalhar a que discussão promovida pelos livros ele se referia.

Pedagogias e filosofias equivocadas

O ministro afirmou ainda que essa situação “parte de pedagogias equivocadas, de filosofias equivocadas" em que "somente somam-se dúvidas e incertezas".

"Nossos jovens não acreditam mais em nada, e nós precisamos recompor isso que foi desconstruído de uma maneira direta, pensada, por alguns pensadores do passado não tão distante”, disse Ribeiro, sem identificar os pensadores a quem se referia.

De acordo com o ministro, os jovens são apresentados a discussões que destroem as ligações com “Deus, religião, política, família” em uma idade inadequada.

“Nesse tempo de pós-modernidade, em que os absolutos são jogados na lata do lixo, não há mais uma juventude que acredite nas coisas como Deus, religião, política, família. Eles perdem totalmente o referencial”, afirmou o ministro.