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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 18/09/2020 - Notícias

G1: 'Se dependesse de mim, retornava amanhã, mas temos os riscos', diz ministro da Educação sobre volta às aulas presenciais

Milton Ribeiro apresentou as ações do MEC durante a pandemia, afirmou que a pasta está preparando um painel com informações sobre o que ocorre nas escolas e divulgou que irá apresentar um protocolo de biossegurança para a educação básica.

G1: 'Se dependesse de mim, retornava amanhã, mas temos os riscos', diz ministro da Educação sobre volta às aulas presenciais

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse na manhã desta quinta-feira (17) que, "se dependesse" dele, as aulas presenciais voltariam amanhã. No entanto, Ribeiro destacou que ainda "há riscos".

"Se dependesse de mim, retornava amanhã, mas temos os riscos", afirmou Milton Ribeiro a parlamentares, em reunião virtual na Comissão Mista que monitora as ações contra o coronavírus.

"Estamos empenhados em caminhar para o retorno das aulas, observados todos os protocolos de biossegurança", afirmou, destacando que o MEC enviará R$ 500 milhões em apoio a estados e municípios para a volta às aulas presenciais.

Além disso, a equipe do MEC está trabalhando para fazer um protocolo de biossegurança para a educação básica, como já foi feito com o ensino superior.

Ribeiro ressaltou que a reabertura das escolas não depende só do MEC , e sim das condições de cada região em relação à pandemia. "Se alguém quer saber a opinião do ministro, é esta, considerando ainda as questões de segurança", ressalva. "Não podemos colocar em risco as crianças e adolescentes, e também os jovens das universidades", disse.

"Estamos trabalhando para retorno o mais breve possível, para a volta às aulas, para pegar este fim de ano e deixar as crianças animadas para o ano que vem", afirmou Ribeiro.

O ministro da Educação afirmou ainda que o MEC está montando um painel com dados sobre a situação das escolas, seis meses após a suspensão das aulas presenciais.

Ele reconheceu que há descontrole sobre o que ocorre nos colégios. "Logo, logo, teremos controle da situação", afirmou o ministro ao anunciar a criação do painel.

Questionado sobre se este seria um "ano perdido" para a educação, Ribeiro discordou. "Com relação a se perdemos o ano, eu acho que nada é perdido. Com todo respeito que tenho, e meus sentimentos, quem perdeu a vida, perdeu o ano. Nós que estamos aqui, vivos, alguma coisa nós aprendemos: aprendemos a usar um pouco melhor os meios virtuais, as escolas se prepararam, nós tivemos... demos um passo a mais, subimos um degrau na questão de higiene e cuidados sanitários. Com relação à didática, nós não vamos perder em relação ao mundo, porque o mundo inteiro está na mesma página", afirmou. "Com relação à deficiência de aprendizado, certamente professores e técnicas modernas [de ensino] vão conseguir superar essas condições", disse.

Bloqueio de R$ 1,5 bi no MEC

Ele reconheceu que a pasta não executou diversos programas no primeiro semestre, o que levou o governo a cortar R$ 1,5 bilhão da pasta, sendo R$ 1 bilhão de ações da educação básica, porque a equipe econômica entendeu que o dinheiro estava parado.

"Com relação ao corte de R$ 1,6 bilhão que foi efetuado, cabe dizer que tentamos, fui pessoalmente ao planalto tentar reverter, mas o assunto já estava encaminhado, considerando que os gestores anteriores não empenharam os valores e o povo da economia que quer economizar de todo jeito viram que tinha um valor considerável parado no segundo semestre e estenderam a mão e tiraram da gente. Foi isso que aconteceu", afirmou Milton Ribeiro.

Ele ainda cobrou os parlamentares. Milton Ribeiro disse que parte do orçamento do MEC foi cortado para que o governo tivesse dinheiro para pagar as emendas parlamentares aprovadas por eles.

"Com todo o respeito que eu tenho aos senhores parlamentares, grande parte desses valores tem a ver com financiamento de emendas parlamentares. Isso foi uma maneira que o governo teve para poder responder e honrar as emendas parlamentares na composição de um grande valor, que os senhores naturalmente tem que responder às suas regiões de uma maneira até legítima, mas isso também afetou", afirmou o ministro.

"E repito: a questão do orçamento, ela não cabe... Eu só posso ficar entristecido, mas não sou o gestor do orçamento. Agora, os senhores sim. Os senhores, cada um na sua casa de legislação, podem ajudar e muito a educação. Esse valor de R$ 1,6 bilhão que foi um corte efetuado, isso poderia voltar, através de gestões dos senhores parlamentares", afirmou.

Gestão no MEC

Ribeiro abriu a apresentação a parlamentares sobre as ações do MEC durante a pandemia dizendo que tem a legitimidade para o cargo porque foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, eleito pelo povo, assim como disse na terça-feira (15), quando apresentou os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Ele repetiu que está à frente do ministério há um mês e meio e que, durante as três primeiras semanas, ficou afastado porque teve Covid-19 e não "pode se inteirar dos detalhes".

“A cada dia que passa que estou no MEC eu descubro que sei menos do MEC. Porque é um mundo muito grande, muitas coligadas, com detalhamento, com ações, que eu confesso que eu tenho, até às vezes, ficado bem assustado. Não me julgo com total capacidade para estar fazendo tudo sem apoio e sem ajuda dos meus auxiliares, secretários e presidentes das coligadas”, afirmou.