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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 05/10/2020 - Notícias

“Políticas de direitos humanos estão em perigo no Brasil”, alerta professora durante etapa regional do XVI Encontro Nacional da Proifes

Docente da Universidade Federal de Jataí destacou ataques do presidente da República à democracia dentro das universidades

“Políticas de direitos humanos estão em perigo no Brasil”, alerta professora durante etapa regional do XVI Encontro Nacional da Proifes

“As políticas públicas voltadas para os direitos humanos estão seriamente comprometidas no Brasil”, alertou a professora Luciana Elias, da Universidade Federal de Jataí (UFJ), na última sexta-feira (02/10), durante o último debate da etapa regional do XVI Encontro Nacional da Proifes-Federação. A mediação foi realizada pela diretora de Assuntos Educacionais, de Carreira e do Magistério Superior do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professora Geovana Reis.

Segundo Luciana, problemas sociais que o Brasil já enfrentava pioraram durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Ela lembrou que índices de violência contra mulheres, especialmente, as negras, aumentaram consideravelmente. Também destacou que novos problemas foram identificados. “Com sua internet elitizada, o Brasuk cerceou o direito de comunicação dos mais pobres. Além disso, estamos tendo que lutar para que mais cortes na educação e na saúde não sejam realizados”, destacou.

A professora também ressaltou a importância de manter as políticas afirmativas na educação, inclusive, para garantir a diversidade de pessoas no meio acadêmico. “É impossível construir uma universidade com uma só linha de pensamento”, disse. Luciana também falou sobre os ataques promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem agido de forma destrutiva e predatória sobre as eleições de reitores, o que ameaça a autonomia universitária. “As universidades estão perdendo o seu direito de escolher o seu modo de apresentar seus dirigentes. Diante disso, precisamos estabelecer de maneira democrática políticas educacionais que agreguem”.

Luciana defendeu que além das cotas é preciso se pensar mais sobre permanência e políticas de inclusão. “Falar em direitos humanos envolve falar em transporte público, em saúde, em estabelecer saneamento. As pessoas estão ausentes do seu direito de ser pessoa quando é estabelecido o seu não direito de inserção”, resumiu.

A docente também cobrou maior participação e cobrança dos poderes públicos para evitar esta ameaça constante de desmonte. “Como vamos estabelecer políticas públicas sendo um povo que elege candidatos que não estão dispostos a legislar em função do povo?”, questionou.