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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 08/10/2020 - Notícias

Parecer do STF sobre ação contra intervenção de Bolsonaro na nomeação de reitores deve ser apresentado nesta sexta-feira

Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido Verde sustenta que presidente utiliza dispositivos para violar princípios constitucionais da autonomia universitária

Parecer do STF sobre ação contra intervenção de Bolsonaro na nomeação de reitores deve ser apresentado nesta sexta-feira

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta sexta-feira (09/10), a apresentação do parecer do ministro Edson Fachin sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo Partido Verde (PV), que questiona o artigo 1º da Lei Federal 9.192/1995 e o artigo 1º do Decreto 1.916/1996, que estabelecem as regras de escolha de reitores e vice-reitores das universidades federais e de dirigentes de instituições de ensino superior federal. O partido argumenta que o governo Bolsonaro, por meio da aplicação dos dispositivos, tem promovido uma “intervenção branca” nas instituições, violando os princípios constitucionais da autonomia universitária e da impessoalidade e moralidade pública.

Conforme consta na ação, o Governo Federal tem aplicado a lei e o decreto para suprimir a autonomia das universidades e desrespeitar as lista tríplices. Candidatos que não estavam nas listas ou com baixíssimas votações da comunidade acadêmica foram nomeados. Desde o início da gestão Bolsonaro, 14 universidades e institutos federais tiveram os resultados de suas eleições ignorados.

A ação do Partido Verde sustenta que a atual gestão quer estabelecer vigilância e controle das universidades, principalmente sobre as pesquisas acadêmicas. O PV destaca que o governo tem transformado o texto constitucional em “letra morta” e atuado para corroer internamente os mecanismos universitários de participação e de garantia da pluralidade.

Para o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor Flávio Alves da Silva, a nomeação de reitores que não foram escolhidos pela comunidade acadêmica reafirma o perfil autoritário do atual governo. “É um desrespeito intolerável à democracia e coloca em risco a estabilidade do ambiente universitário”, afirma.