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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 28/04/2021 - Notícias

Artigo: Pouco para comemorar e muito para lutar

Confira o artigo do presidente do Adufg sobre o Dia Mundial da Educação

Artigo: Pouco para comemorar e muito para lutar

"No Dia Mundial da Educação, o Brasil não tem muito o que comemorar. O País enfrenta um grave processo de desmonte com corte de verbas, desvalorização, congelamento de salários, tentativas de retiradas de direitos, descaso com a vida e saúde, além de perseguições", afirma o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor Flávio Alves da Silva, nesta quarta-feira (28/04), em artigo publicado pelo portal A Redação. Confira, abaixo, a íntegra do texto:
 

Pouco para comemorar e muito para lutar
Nesta quarta-feira, 28 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Educação. A data foi instituída em 2000, no Fórum Mundial de Educação de Dakar, no Senegal. Para marcar o compromisso de ampliar o acesso à educação básica a todas as crianças e jovens do mundo. Mais de 20 anos depois, pelo menos no Brasil, não há muito o que comemorar. O País enfrenta um grave processo de desmonte com cortes de verbas, desvalorização, congelamento de salários, tentativas de retirada de direitos, descaso com a vida e a saúde, além de perseguições.
 
Há mais de um ano, o mundo enfrenta um inimigo invisível: o coronavírus. E sem dúvidas, além do caos na saúde, o Brasil vive uma espécie de apagão no ensino público. Com quatro ministros em menos de três anos, a educação perdeu orçamento, gestão e, principalmente, a oportunidade de oferecer um futuro melhor para crianças, jovens e adultos.
 
Os ataques ao ensino público têm ocorrido das mais diversas formas. O Ministério da Educação, por exemplo, teve o maior bloqueio de verbas no Orçamento 2021: R$ 2,7 bilhões. Além disso, recentemente, foi aprovado um projeto que quer tornar as aulas presenciais em atividades essenciais mesmo diante do pior momento do Brasil na pandemia. Na prática, com o atual ritmo de vacinação contra a Covid-19, significa colocar em risco as vidas de professores, servidores, estudantes e de todos que convivem com eles.  
 
Mesmo com a pandemia, a educação se reinventou e conseguiu deixar sua importância ainda mais nítida. Os professores, por exemplo, encararam o desconhecido e adotaram ferramentas tecnológicas para que seus alunos não ficassem sem aulas.
 
A comunidade acadêmica, por sua vez, lidera centenas de pesquisas sobre vacinas e medicamentos para o enfrentamento ao vírus. Hospitais universitários se colocaram na linha de frente do atendimento às vítimas da covid. Ações sociais das mais diversas áreas também estão em andamento para minimizar os impactos da pandemia que já matou 395 mil brasileiros.
 
Pela atuação do governo até agora, a pandemia no Brasil ainda está longe de terminar. Teremos longas batalhas pela frente e a educação será um importante instrumento para reconstruir a normalidade e reduzir as desigualdades causadas pela crise sanitária. No entanto, para que isso aconteça, o ensino público e seus profissionais precisam ser valorizados. A luta pela educação pública, gratuita e de qualidade deve ser permanente.
 
*Flávio Alves da Silva é  presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor da UFG e doutor em Engenharia de Alimentos pela Unicamp.