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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 12/01/2022 - Notícias

"Bolsonaro tentou golpe contra a UFG", avalia presidente do Adufg-Sindicato sobre intervenção em nomeação de nova reitora

"Angeita é uma professora respeitada, que acabou sendo encurralada. Não queremos que ela abra mão para que governo indique um reitor interventor alinhado ao bolsonarismo", afirma Flávio Alves da Silva

“O que Bolsonaro fez foi um golpe. Ele foi antidemocrático e tentou criar uma grande instabilidade política na UFG”, afirmou o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor Flávio Alves da Silva, na tarde desta terça-feira (11/01), ao participar de entrevista coletiva sobre a nomeação do Ministério da Educação para a Reitoria da Universidade Federal de Goiás. O presidente da República ignorou o nome da professora Sandramara Matias Chaves, vencedora da consulta à comunidade acadêmica, e nomeou a professora Angelita Pereira de Lima como reitora.

Segundo o presidente do Adufg, a comunidade acadêmica trabalha com a perspectiva de que Angelita aceite o cargo. “É uma professora muito respeitada que acabou sendo encurralada. Não queremos que ela abra mão para o governo indicar um reitor interventor alinhado ao bolsonarismo”, declarou Flávio.

Para a professora Sandramara, o ato do governo é revoltante. “É uma decisão que nos causa muita perplexidade. Esperávamos que a autonomia universitária fosse respeitada”. A posição da docente é compartilhada pelo ex-reitor da UFG, professor Edward Madureira. “É um ato covarde e mesquinho, que se soma a outros ataques à educação”, avaliou.

Ainda na terça-feira, o Adufg-Sindicato e outras sete entidades ligadas à comunidade acadêmica divulgaram nota de repúdio contra a intervenção do presidente na nomeação da nova reitora da universidade. “Ato despreza a autonomia universitária e pode provocar instabilidade na instituição de ensino. Bolsonaro desrespeitou a escolha da comunidade acadêmica, assim como desrespeita o povo brasileiro diariamente, com sua política desastrosa na educação, saúde, economia, meio ambiente e ciência”, declararam as entidades no texto.