Ato público reúne movimento sindical contra os ataques do governo Bolsonaro aos servidores públicos e à população

Aos 67 anos de idade, Valter Aparecido da Costa não tem renda fixa. Morador de um assentamento, a ocupação Fidel Castro no setor Vera Cruz II, o idoso sobrevive com o que tira da venda de latinhas que recolhe das ruas. “Têm dias que eu tenho o que comer, mas têm outros dias que não tem nada. Mesmo quando em comida, só tem arroz e ainda é feito na lenha, porque não dá para comprar o gás. Graças a Deus eu sou sozinho, eu não teria como sustentar uma família”, relata. "Seu" Valter foi apenas um dos centenas de cidadãos que foram às ruas no último sábado (09/04) em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro e o desrespeito de sua gestão com a população.

O preço abusivo dos alimentos, do gás de cozinha, dos combustíveis e da sobrevivência das famílias brasileiras empurram cada dia mais o País para a miséria e extrema pobreza. Em Goiânia, o ato foi organizado pelo Fórum Goiano em Defesa dos Direitos, da Democracia e Soberania e realizado na Praça do Trabalhador. Além da participação da população em geral, também marcaram presença no Dia Nacional de Mobilização entidades representantes de movimentos sindicais e sociais. Também houve protesto em Jataí, onde o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) possui subsede.

Outra pauta da mobilização foi a reposição emergencial de 19,99% para todos os servidores públicos. Já são cinco anos sem reajuste e o governo Bolsonaro-Guedes segue sem aceitar nenhuma negociação. Além disso, os professores das universidades federais já têm perdas inflacionárias de mais de 40%. Em discurso aos participantes do evento, o presidente do Adufg-Sindicato, Flávio Alves da Silva, alertou para o rastro de destruição que este governo está deixando na história do País. “Bolsonaro ataca a população de todas as formas possíveis. A educação como um todo sofre com a falta de investimento e corrupção. As universidades federais não têm orçamento para custear o básico. Bolsonaro não tem respeito nem pela educação, nem pelos servidores e muito menos pela população”, criticou.