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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 22/11/2023 - Adufg Saúde, Notícias

Adufg Saúde: campanha Novembro Azul alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Adufg Saúde: campanha Novembro Azul alerta para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata

O mês de novembro é um período dedicado especialmente à saúde masculina. As diversas campanhas ‘Novembro Azul’ que são desenvolvidas por empresas, órgãos públicos e pelas mídias, têm relevância nos contextos nacional e internacional. Isso porque, por exemplo, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais recorrente e o segundo mais mortal.

O programa Adufg Saúde conversou com o médico urologista Márcio Costa para entender um pouco melhor as motivações da campanha. Segundo ele, a iniciativa deve existir para combater o estigma que acabou sendo criado quando se trata dos exames necessários para o diagnóstico da doença.

Na entrevista, Márcio afirma que, normalmente, os sintomas mais explícitos da doença só aparecem em estágios mais avançados, onde as chances de cura são menores. O que se vê tardiamente “já são sintomas de uma doença metastática, ou seja, aquela doença que já não está mais na próstata e já atingiu outras partes do corpo, como os ossos e os pulmões”, resumiu.

Segundo o especialista, um diagnóstico definitivo vem com uma biópsia, entretanto, esse procedimento só é indicado quando se percebe alguma alteração nos exames mais rotineiros de toque retal, de dosagem de antígeno prostático específico (PSA), ou ainda na ressonância da próstata. Portanto, para garantir um diagnóstico prematuro da doença e melhores chances de recuperação, os exames regulares são essenciais.

O urologista alerta: homens mais velhos, negros, e aqueles com histórico da doença na família devem ficar mais atentos, pois tem maior predisposição para desenvolvimento e agravamento do câncer de próstata. Os exames devem começar a ser regulares para homens acima dos 50 anos, e caso faça parte de alguns dos grupos com predisposição, os testes devem começar aos 45.

A doença
Com base em informações do artigo “Câncer de próstata: Uma breve revisão atualizada”, podemos ter melhor dimensão dos impactos da doença. O trabalho acadêmico coloca o câncer de próstata como o segundo mais comum em homens não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Em 2016, segundo dados do Inca, 62 mil novos casos foram diagnosticados no Brasil, o que corresponde a 23% do total de diagnósticos de câncer em homens no país. Em algumas regiões, a proporção pode chegar a 90 casos da doença a cada 100 mil habitantes.

Pensando em mortalidade, o câncer de próstata também está em segundo lugar no ranking dos cânceres mais mortais para os homens. Ainda segundo o INCA, em 2013, 13.772 óbitos foram registrados devido à doença.

O levantamento também traz dados que comprovam a eficácia do diagnóstico precoce. Desde o começo da aplicação do exame PSA, no início da década de 1980, houve decaimento contínuo na taxa de mortalidade, especialmente nos homens mais velhos. O artigo afirma que houve 31 mortes em cada 100 mil pessoas, no ano de 1975, e essa média passou para 23 óbitos já em 2005. “Além do diagnóstico precoce, o tratamento de forma mais incisiva tem contribuído muito para esses números”, resumiram os autores.

Sobre a incidência em homens negros
A fala do médico entrevistado pelo programa Adufg Saúde sobre a maior incidência da doença em pessoas negras também tem apoio em dados científicos. O levantamento aponta que pessoas pretas têm 1.6 mais chances de desenvolver o câncer de próstata em comparação com pessoas brancas. Essa probabilidade é ainda pior quando olhamos para mortalidade: a doença mata em média 2.4 vezes mais negros do que brancos.

O artigo “Câncer de próstata: Uma breve revisão atualizada” é de autoria dos acadêmicos de medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Andrey Biff Sarris, Fernando José Leopoldino Fernandes Candido, Carlos Rory Pucci Filho, Rodrigo Luiz Staichak, Allan Catarino Kiska Torrani e Bernardo Passos Sobreiro.

Vale destacar que o trabalho acadêmico considerou e ressaltou as devidas diferenças sócio-culturais que afetam os grupos étnicos-raciais abordados nas pesquisas.