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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 21/08/2025 - Jornal do Professor
UFJ celebra 7 anos de autonomia e projeta futuro promissor
Primeira gestão eleita pela comunidade acadêmica fala sobre a evolução da instituição

No dia 20 de março, a Universidade Federal de Jataí (UFJ) celebrou 7 anos de autonomia, obtida através do PLC 7/2018, sancionada pela então Presidente da República Dilma Rousseff. Desde então, a instituição fortaleceu ainda mais sua individualidade, com sua primeira gestão eleita pela comunidade acadêmica assumindo a universidade em 2024, chefiada pelo Prof. Dr. Christiano Peres Coelho (reitor), do Instituto de Biociências, e pela Prof. Dra. Alana Flávia Romani (vice-reitora), do Instituto de Ciências Agrárias.
Inicialmente estabelecida como Câmpus Avançado da Universidade Federal de Goiás (UFG) em março de 1980, a UFJ foi se ampliando com a criação do Centro de Ciências Agrárias (atual Câmpus Jatobá) em 1991 e a expansão dos cursos entre 2006 e 2010. Finalmente, em 17 de maio de 2016, a então Presidente Dilma apresentou o projeto de lei referente à emancipação da instituição, a qual foi efetivada dois anos depois.
Para Christiano, ser o primeiro reitor eleito pela comunidade acadêmica da UFJ é uma responsabilidade muito grande. “Representar 5.000 pessoas já é algo desafiador, mas com a autonomia, há ainda uma vontade de realizar tudo com mais eficiência e eficácia”, diz. Para a vice-reitora Alana, “é motivo de muita honra. Temos cumprido o nosso papel com muito comprometimento, profissionalismo e responsabilidade, cientes da importância da educação superior para a transformação da região.
Evolução
Em janeiro, a UFG chamou atenção pelo curso de Inteligência Artificial (IA) ter a maior nota de corte da instituição no Sistema de Seleção Unificado (SiSU). Em 2026, dois novos cursos, incluindo o de IA, passarão a ser oferecidos pela UFJ, de acordo com Christiano. Além disso, a universidade terá mais cinco cursos de pós-graduação, sendo três mestrados e dois doutorados. “É importante porque focamos em um público diverso que nos leva mais longe”, argumenta.
Segundo a diretora de Comunicação da UFJ, Estael de Lima Gonçalves, a instituição sofreu diversas mudanças em seus corpos docente e discente. Por um lado, o perfil socioeconômico dos alunos ficou mais diversificado, mesmo com a faculdade sendo voltada, quase inteiramente, para o sudoeste goiano. Já no lado dos professores, há uma sobrecarga orçamentária advinda da contratação de empresas terceirizadas. “Ainda temos um déficit muito grande de servidores administrativos”, explica.
Discorrendo sobre como eles veem a instituição daqui a 10 anos, os entrevistados se unem ao enxergarem um futuro promissor para a UFJ. “Enxergo [a faculdade] como uma referência, transformando regionalmente a vida de todos que adentrarem as nossas portas”, diz Christiano. Estael, por sua vez, espera que ela seja capaz de proporcionar uma formação profissional e humana que atenda às demandas atuais. Alana cita o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFJ para expor sua visão: “ser reconhecida nacional e internacionalmente, em virtude da excelência das atividades de ensino, pesquisa e extensão, que propiciem o desenvolvimento com forte compromisso das demandas sociais, gerando valor público para a sociedade”.
Memórias
Para Estael, o resgate da história de uma instituição de ensino superior é de extrema importância para a compreensão de quem queremos ser. “Ele preserva a identidade institucional, reforça valores e permite compreender as transformações que moldaram sua trajetória ao longo dos anos”, afirma. Graduada e mestre em História, ela acredita que a trajetória da UFJ simboliza um avanço das políticas de democratização do acesso ao ensino superior, argumentando que “levar universidades para o interior e garantir condições de acesso e permanências para os estudantes e condições de trabalho adequadas para docentes e técnicos é essencial para esse processo”.
Ao serem questionados sobre o significado da UFJ para suas vidas, os entrevistados declararam ser mais que um trabalho. Para Christiano, é uma oportunidade para a transformação da juventude do sudoeste goiano e da realidade em que vivem. “É um ideal de vida em prol do interesse coletivo”, complementa Estael. Com 23 anos de instituição, Alana afirma que a UFJ é uma importante parte de sua vida. “Trabalhar aqui me moldou em quem eu sou agora, e me proporciona uma vida plena. Apesar dos desafios, me sinto pertencente a esta comunidade, e sou feliz por poder contribuir com o potencial de mudança que a educação representa para as pessoas”, completa.