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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 13/05/2020 - Jornal do Professor

UFJ e UFCAT: futuro em construção

Conversamos com os reitores pro-tempore das duas novas universidades federais do Estado sobre os desafios destas instituições no interior

 (UFJ) e a Universidade Federal de Catalão (UFCAT) são novas universidades, até certo ponto, apenas no papel: ambas foram criadas a partir das regionais da UFG mas, principalmente, foram alicerçadas no trabalho duro de centenas de professores, pesquisadores, servidores técnico-administrativos e de estudantes. Ambas trilham o caminho de se tornarem inteiramente independentes. Este processo naturalmente implica em algumas dores de crescimento, muita burocracia e tempo.

Em entrevista ao Jornal do Professor, os reitores pro-tempore Roselma Lucchese (UFCAT) e Américo Nunes da Silveira Neto (UFJ) se mostraram confiantes do sucesso da empreitada. “A emancipação da universidade foi uma luta de 39 anos feita por várias mãos e a gente é muito grato a essas pessoas. O pessoal da comunidade participou disso, os gestores públicos e as entidades de classe”, relembra o professor Américo. Para ele, a sensação é de que, apesar do avanço lento e de muitas dificuldades, tudo o que foi feito até agora foi executado com esmero.Segundo os professores, são realizadas reuniões periódicas entre as novas universidades e a UFG, onde a maior parte das questões operacionais ainda são geridas, como por exemplo a emissão de diplomas. No momento, ambas lidam com problemas para nomear suas equipes de gestão e planejam como executar o que foi previsto na Lei Orçamentária.

“A grande preocupação é com relação a expectativa de cumprir o que está na Lei Orçamentária. Nós estivemos no MEC e depois estivemos no Ministério da Economia, ao longo do ano vão ocorrer diversas tratativas para desenvolver parte desses aspectos para realmente acontecer o que foi sonhado”, diz Américo. Outra dificuldade é a forma com que os recursos federais estão sendo liberados este ano: em partes. “Então neste momento não podemos contar com o planejamento usando 100% do nosso orçamento”, explica Roselma. Em relação ao Governo Federal, há uma preocupação grande com a precarização do trabalho do docente e do sistema operacional da universidade. “Até o momento nós não temos uma previsão de quando teremos liberados estes cargos e funções dos técnicos a contento”, disse a professora.

Hoje as tratativas estão mais focadas no Ministério da Economia, que é quem vai liberar o que está previsto no planejamento de execução do próprio MEC. “Essa relação está mais lenta neste momento, estamos atentos, demandando sistematicamente reuniões no MEC, para que a gente prossiga no processo”, conclui. Américo relata algo próximo, porém salienta: “sou muito otimista, acho que a gente tem que ter a capacidade de diálogo, a gente tem uma equipe muito boa, temos contatos para a gente fazer, contatos dentro do Congresso para nos ajudar desatar algumas coisas”. Américo afirma que o relacionamento com o MEC é bom, a maior dificuldade acaba sendo a própria dança das cadeiras dentro do ministério, como a saída recente do secretário de Educação Superior, Arnaldo Lima, e a posse do novo secretário, Wagner Vilas Boas de Souza.

Os professores se dizem muito orgulhosos de estar à frente destes projetos que consideram de imenso significado estratégico não apenas para Goiás, já que se encontram em locais estratégicos e no interior do Estado. “O país ganha muito com isso, com grande potencial para o desenvolvimento social, econômico, tecnológico e cultural”, afirma a professora Roselma. Américo lembra que a UFJ já nasce grande, pois era o maior campus do interior. “Isso tem que servir de motivação para a gente crescer ainda mais. As perspectivas são boas, apesar desse contexto do momento de contingenciamento de gastos, não ter investimentos. Nós não podemos deixar de sonhar”. Entre os planos está a implementação de novos cursos de graduação e ampliação da pós-graduação. Roselma concorda. “Temos essa missão, primeiro, de continuar este trabalho que a UFG começou lá atrás, articulado muito com o município, que começa com a formação de professores, continua e agora dá um salto enorme para a inovação tecnológica e para a área da saúde. Esse é o papel da universidade”, promete.

Ela salienta o Adufg-Sindicato nesta empreitada. “O papel do sindicato é fundamental. O sindicato corrobora no sentido das garantias do direito do trabalhador, do processo de trabalho e da melhoria da qualidade de vida da comunidade universitária”. O mesmo vale para Américo: “a gente quer ouvir o sindicato, a gente ouve toda a comunidade e você tem que buscar as representatividades”. O professor acredita que para os gestores a entidade tem um papel de “sinalizador”, em que se deve observar e ouvir. “São questões de interesse da gente como servidor e que cabe ao papel do sindicato fazer isso. Nós estamos aqui para trabalhar em perfeita harmonia com todas as pessoas, toda estrutura da universidade e com o sindicato que nos representa”.Assim as antigas regionais traçam seu próprio caminho. Ambos os professores expressam gratidão e carinho para com a tutora. Roselma resume: “não podemos esquecer que a UFG é nossa mãe, nunca deixaremos de ser UFG. Eu particularmente não encontro uma cisão tão forte, porque o que a UFG é hoje, nós também trabalhamos para construí-la. Temos um vínculo que nunca será quebrado".