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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 07/08/2023 - Notícias
Entrega do título de Doutora Honoris Causa (in memoriam) à professora Leodegária de Jesus será nesta terça-feira (08/08)
Homenagem será realizada na Cidade de Goiás; Diretoria do Adufg-Sindicato estará presente

Como forma de reconhecer o importante trabalho da professora, jornalista e poeta, Leodegária de Jesus, a Universidade Federal de Goiás (UFG) concede nesta terça-feira (08/08), o título de Doutora Honoris Causa (in memoriam). A solenidade será realizada às 17h30, no auditório do Colégio Santana (UAECH-UFG/Campus Cidade de Goiás).
A diretoria do Adufg-Sindicato participará da cerimônia por considerar essa entrega uma importante reparação histórica e antirracista. Estarão presentes a 1ª vice-presidenta da entidade, professora Luciene Dias; o diretor administrativo, professor Flávio Silva; a diretora de Assuntos Interinstitucionais, professora Geovana Reis; a diretora de Assuntos Educacionais e de Carreira, professora Maria José; e a diretora secretária, Gláucia Carielo.
Leodegária foi a primeira mulher a publicar um livro em Goiás e teve papel relevante no desenvolvimento da educação escolar no Estado. Ela nasceu em 1889 em Caldas Novas, mas ainda adolescente se mudou para a Cidade de Goiás, para estudar no Colégio Sant'Ana. Ao longo de sua vida, também atuou incansavelmente na defesa da literatura e da imprensa livre. Além disso, destacou-se como poeta, tendo publicado dois livros, e fundou O jornal A Rosa, ao lado de Cora Coralina. Ela morreu em 1978, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Luta por reconhecimento
A vereadora Elenízia da Mata, da Cidade de Goiás, acompanhou com expectativa a apreciação pelo Conselho Universitário (Consuni). Segundo ela, Leodegária pretendia tornar-se advogada. Para isso, planejou formar-se na Academia de Direito de Goiás, criada em 1903. No entanto, não lhe permitiram frequentar os preparatórios para o Lyceu Goyano.
Embora os exames tenham sido realizados no ano de 1904 pela banca especial instituída por ordem advinda do Rio de Janeiro, o resultado que culminou na aprovação de Leodegária somente chegou em Goiás em 1910, seis anos após ela ter se formado como professora pela Escola Normal. “Se não fosse a demora da banca, ela teria sido a primeira mulher jurista da Cidade de Goiás”, acrescenta a vereadora.
Diante disso, ela enviou ofício à Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção de Goiás solicitando a concessão de título de advogada a Leodegária. O processo também está em andamento. O título, segundo ela, é uma forma de reparação histórica. “Afinal de contas, não foi dado a ela o devido reconhecimento ao racismo institucional que a privou de realizar um de seus maiores sonhos, que era tornar-se advogada e até mesmo adentrar outras carreiras jurídicas, como juíza ou promotora. Ela não colheu os frutos em vida, mas devemos aprender com o passado com perspectivas positivas para o futuro”, finaliza Elenízia.