Diretoria do Adufg-Sindicato divulga nota de repúdio contra as declarações do presidente do CNPq, Ricardo Galvão

A diretoria do Adufg-Sindicato divulgou nota de repúdio contra as declarações do presidente do CNPq, Ricardo Galvão, que criticou um movimento cuja atuação é destinada ao enfrentamento à desigualdade de gênero na ciência. "Falta sensibilidade aos governantes, de uma forma geral, às demandas legítimas das mulheres", diz parte do texto da entidade sindical.

Confira, abaixo, a íntegra do posicionamento:

NOTA DE REPÚDIO
A diretoria do Adufg-Sindicato manifesta seu total repúdio às declarações do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, durante o VI GBMeeting, na última semana. Na ocasião, Galvão criticou o movimento Parent in Science, que é voltado ao enfrentamento das desigualdades de gênero na ciência brasileira, “atrapalha muito” ao propor medidas específicas para mulheres cientistas.

Ao criticar quem pede mais equidade de gênero na ciência, Ricardo mostrou falta de sensibilidade e de entendimento sobre as disparidades de gênero e problemáticas que envolvem o acesso à ciência no País. O presidente do CNPq também demonstrou um profundo desconhecimento das desigualdades estruturais que ainda assombram o ambiente acadêmico e reconheceu que não há sensibilidade dos governantes, de uma forma geral, às demandas legítimas das mulheres na ciência.

Para a diretoria do Adufg-Sindicato, é preciso que a sociedade tenha um compromisso coletivo e permanente com o combate à desigualdade de gênero na ciência. Infelizmente, parte das cientistas brasileiras têm abandonado a carreira em decorrência de um sistema construído por critérios cujo desenho é masculino. Ao perder mulheres na ciência, o País perde a diversidade que tanto enriquece toda e qualquer produção de conhecimento.

Por fim, é preciso destacar o trabalho realizado pelo Parent in Science, que é formado por cientistas mães e pais que resolveram encarar a missão de trazer conhecimento sobre uma questão que, até então, era ignorada no meio científico: o impacto dos filhos na carreira científica das mulheres. A diretoria do Adufg-Sindicato entende que a parentalidade é uma atividade humana essencial, cujas responsabilidades devem ser compartilhadas com a sociedade em geral e com o poder público, como é previsto pela Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Goiânia, 05 de fevereiro de 2024
Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás