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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 14/08/2019 - Notícias

Manifestação reúne professores, estudantes e entidades sindicais contra o Future-se, em Goiânia

Manifestação reúne professores, estudantes e entidades sindicais contra o Future-se, em Goiânia

Foram realizados na tarde de ontem (13) protestos contra o governo Bolsonaro, o Future-se e os cortes na Educação em 204 cidades do Brasil, acumulando cerca de 900 mil pessoas, principalmente nas ruas das grandes capitais com mais público em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Recife. O Adufg-Sindicato esteve presente no protesto em Goiânia, que ocorreu na Praça Universitária, junto com estudantes, professores e cerca de 50 entidades sindicais.

Desta vez, a manifestação foi marcada pela pauta do Future-se, que preocupa tanto professores quanto alunos. “O Future-se pra mim é uma forma de controle estatal dentro da universidade. É o primeiro passo para a precarização do ensino para abrir espaço para uma futura privatização”, disse Matheus Augusto, aluno do curso de História da UFG, “Esse projeto busca a captação de recursos privados para pesquisa, tirando total responsabilidade do governo de fazer pesquisa e formar pesquisadores. É uma vergonha, é tecnicamente acabar com a Educação Pública, autônoma”.

“Tudo que é do povo está sendo atacado. Eu sinto que os professores, os alunos, precisam se unir, mais do que nunca, contra esse projeto de destruição da universidade pública. O Future-se, eu li com muito cuidado, e é uma proposta vaga mas que nos mostra, em essência, que querem privatizar as universidades, tirar a autonomia e entregar para as OSs, acabar com os concursos públicos. Isto é o fim da universidade”, disse o professor Edgar Franco, da FAV. O professor do ICB, José Alexandre Felizola, concorda: “A gente voltou pra uma visão desenvolvimentista dos anos 1940, sem as concepções de equilíbrio ambiental e biodiversidade, em prol de uma destruição em nome do progresso, uma visão que não é condizente com o mundo moderno. Quanto ao Future-se, você claramente tem um mecanismo de desmonte sob uma roupagem de coisas que são bacanas: aumentar eficiência, internacionalização, parcerias com o setor privado e produtivo. São palavras mágicas que são legais, mas quem está propondo isso ao mesmo tempo está sucateamento e estrangulando a educação, vindo deste governo, então não faz sentido. Por trás do Future-se você tem, na melhor das hipóteses, um projeto de precarização”.

Após concentração na praça, o ato saiu em caminhada pela Rua 10 até a Praça Cívica, percorreu a Avenida Goiás até a Praça do Bandeirante. Não houve incidentes e os manifestantes se dispersaram por volta das 19 horas.

Diretoria

Entre os participantes do ato e da marcha estiveram presentes professores da Diretoria do Adufg-Sindicato, que também se posicionaram contra o Future-se. “Estamos nos organizando contra as ações que este governo tem tomado em relação à educação, e no caso da universidade em particular, em relação ao Future-se”, disse a diretora Assuntos Educacionais, de Carreira e do Magistério Superior, Geovana Reis, “o governo tenta apresentar uma proposta alternativa de financiamento e gestão da universidade pública brasileira que, na prática, retoma situações ou projetos muito antigos de desmonte e privatização da universidade pública. É um projeto muito ruim para a universidade pública que, se aprovado, pode fazer com que ela desapareça a médio prazo”.

“Há uma questão muito preocupante no Future-se em relação à autonomia da universidade”, disse o diretor Administrativo, professor João Batista de Deus, “ele propõe que toda a gestão financeira saia da universidade, então quem controla essa gestão que decide para onde vão os recursos. Quem deve decidir para onde vão os recursos para a ciência são os cientistas e não burocratas”.

Ato no dia 22 de agosto 

Por fim, o presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves da Silva, chamou a atenção para as inconsistências jurídicas do Future-se e deixou um convite para um ato conjunto das entidades para a semana que vem: “o Future-se está sob consulta pública e já foi rejeitado por várias universidades. A avaliação jurídica que temos é que este projeto vem para acabar com a autonomia das universidades e passar a gestão para as OSs. Ele vem para acabar a forma como a universidade funciona hoje, é totalmente inconstitucional e fere mais de outras 16 leis. No próximo dia 22, às 14 horas, vamos fazer uma grande assembleia no pátio da Reitoria da UFG com todas as entidades e um grande ato contra o Future-se, além de entregar uma carta ao Consuni da UFG para que se posicionem oficialmente contra este projeto”.