Com Lula e lideranças estudantis, Adufg-Sindicato marca presença no 60º Congresso da UNE

Diretores do Adufg-Sindicato estiveram presentes nesta quinta-feira (17/07), no segundo dia do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado no Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia da UFG, em Goiânia. Na ocasião, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi o principal palestrante do ato “Brasil é dos brasileiros: taxar os super ricos e investir na educação”.

Durante o evento, Lula sancionou o Projeto de Lei nº 3.118/2024, que prioriza as políticas de assistência estudantil da educação superior e da educação profissional, científica e tecnológica no recebimento de recursos do Fundo Social. O PL altera as Leis nº 12.858/2000 e nº 14.914/2024, esta última responsável por instituir a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

“A UNE foi muito importante nos meus dois últimos mandatos”, afirmou o presidente, acrescentando que um dos agradecimentos mais frequentes que recebe de pais e mães é sobre a oportunidade de acesso ao ensino superior para seus filhos. “Hoje, quase 9 milhões de brasileiros estudam em universidades e isso é muito, comparado ao que a elite fez durante os últimos 400 anos”, disse.

Ao longo de sua fala, Lula incentivou os presentes a fortalecerem o senso político do povo brasileiro. “Somos políticos desde o dia em que nascemos, quando choramos, quando queremos comer”, afirmou. Lula também destacou a importância de levar esse debate para além do ambiente universitário. “É essencial aprender a viver em comunidade, com companheiros que nos tratem com carinho, e acreditar que temos chance real de transformação”, pontuou.

Antes de encerrar o discurso, o presidente da República lançou um chamado à juventude. “Reivindiquem seus direitos enquanto ainda há tempo, pois é uma oportunidade de realizar seus sonhos”, disse. Ele ressaltou que, diante da atual dificuldade de se distinguir a mentira da verdade, é fundamental dialogar com os jovens. “Se os jovens não estiverem dispostos a lutar pelo que é importante, as eleições serão decididas pela inteligência artificial. Nós queremos eleger a inteligência humana”, declarou.

A presidente da UNE, Manuella Mirella, prestou homenagem aos três estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) que morreram em um acidente a caminho do evento, além de dois motoristas que também perderam a vida. “Esses estudantes saíram de suas casas com sonhos e coragem para lutar, mas infelizmente tiveram suas vidas interrompidas”, lamentou. Em tom de resistência, completou: “Os desafios são grandes, nossos inimigos não têm escrúpulos e colocam o lucro acima da vida. Mas não somos um povo submisso, somos de coragem e resistência. É nas ruas que construímos o Brasil dos nossos sonhos.”

Os representantes do Adufg-Sindicato também contribuíram com reflexões sobre o cenário apresentado. Para o 1º vice-presidente, professor Humberto Ruggeri, é preciso pressionar de forma mais efetiva pela alocação de recursos para a manutenção das universidades. Outro tema que, segundo ele, merece destaque é a ausência de um canal direto de negociação com o Estado brasileiro. “Os governos estaduais mudam, e ficamos à mercê de cenários políticos distintos, o que compromete a continuidade das pautas docentes”, explicou.

A diretora de Assuntos Interinstitucionais, professora Alessandra Gomes de Castro, reforçou a necessidade de infraestrutura adequada nos novos campi para garantir qualidade e permanência dos estudantes. 

A professora Marilda Schuvartz, diretora secretária, apontou que uma das maiores dificuldades enfrentadas é a consolidação dos campi criados durante a expansão universitária entre 2006 e 2008. “Ainda há déficits estruturais, materiais, de pessoal e de bolsas de pesquisa. Prédio não é universidade e isso precisa estar claro”, afirmou. Segundo ela, melhorias em equipamentos, valorização docente e respeito à diversidade estudantil também são pontos fundamentais para o avanço.