Adufg-Sindicato e Centro Popular da Mulher realizam Conferência Livre sobre democracia e igualdade no trabalho

O Adufg-Sindicato, em parceria com o Centro Popular da Mulher (CPM-GO/UBM-GO), realizou no último sábado (09/08), a Conferência Livre “Democracia e Construção da Igualdade no Mundo do Trabalho”. O encontro reuniu lideranças sindicais, especialistas e representantes de movimentos sociais para discutir políticas públicas e direitos sociais, com ênfase na promoção da igualdade de gênero.

A atividade integrou a etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, prevista para ocorrer ainda este ano. Durante o evento, foram debatidas questões como a participação feminina em espaços de poder, a valorização do trabalho doméstico e a ampliação das garantias para as mulheres trabalhadoras.

A diretora de Assuntos Educacionais e de Carreira do Adufg-Sindicato, professora Maria José Pereira, ressaltou que o objetivo central foi trazer à pauta as lutas das mulheres. “Um país que precisa ser soberano necessariamente precisa investir em lutas e conquistas relacionadas às mulheres”, afirmou. Ela destacou ainda que o sindicato é um ambiente democrático e que conta com participação significativa de mulheres, inclusive na presidência.

Um dos pontos levantados pela professora foi a realidade das trabalhadoras domésticas. “São mulheres que trabalham em serviços pesados até os 50 ou 60 anos e, muitas vezes, não têm nenhum direito trabalhista. Essa conferência é fundamental para que academia, sindicalizados e sindicalistas reflitam sobre as pautas das mulheres na ciência, no trabalho e no lar”, enfatizou.

A presidente do CPM-GO, Valéria Pelá, lembrou que a entidade completa 40 anos em 2025 e reforçou a importância da mobilização. “Depois de dez anos sem conferência nacional, teremos novamente a 5ª Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres. As conferências livres, como esta, permitem que movimentos sociais debatam as questões mais urgentes e encaminhem propostas concretas para Brasília”, afirmou.

A fundadora e primeira presidenta do CPM-GO, professora Lúcia Rincon, alertou para o cenário de retrocessos e ataques aos direitos das mulheres. “Nossa realidade hoje está mais fragilizada do que na última conferência. É fundamental garantir a intervenção do Estado na construção da autonomia e da cidadania das mulheres”, pontuou.

Para a jornalista Jota Aguiar, uma das participantes, encontros como este são essenciais para fortalecer a democracia. “Vivemos em um país onde muitas mulheres são assassinadas e sofrem diferentes tipos de violência. Discutir políticas públicas é essencial não só para a segurança, mas para que cresçamos como comunidade”, declarou.

O evento também contou com participações online de professoras do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Sergipe, ampliando o alcance do debate. As conferências livres são espaços estratégicos de escuta qualificada da sociedade civil e encaminhamento de propostas aos fóruns oficiais de deliberação.