Diretoria do Adufg repudia declarações do ministro da Educação sobre alunos com deficiência

“Pela terceira vez em menos de duas semanas, o ministro da Educação mostra incompetência para o cargo que ocupa”, afirma a diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) em nota de repúdio às declarações do titular do MEC, Milton Ribeiro, que proferiu ataques à educação inclusiva de estudantes com deficiência. 

Em entrevista, o ministro defendeu que crianças com deficiência estudem em salas separadas dos estudantes. “Não queremos o inclusivismo”, disse Ribeiro. Para a diretoria do Adufg, o titular do Ministério da Educação reforça o discutso obscuro do atual governo, que ignora diariamente o conhecimento e a capacidade que o ensino tem de transformar vidas.
 

Confira, abaixo, a íntegra da nota:

Nota de repúdio da diretoria do Adufg-Sindicato ao ministro da Educação

A diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) vem a público, mais uma vez, para manifestar seu veemente repúdio e indignação ao ministro da Educação, Milton Ribeiro. Pela terceira vez em menos de duas semanas, o titular do MEC mostrou total incompetência para o cargo que ocupa ao proferir ataques à educação inclusiva de estudantes com deficiência.

Nesta segunda-feira (23/08), em entrevista à rádio Jovem Pan, o ministro defendeu que crianças com deficiência estudem em salas separadas dos estudantes. “Não queremos o ‘inclusivismo’. Criticam essa minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar”, disse Milton Ribeiro.

O ministro comprovou seu total desconhecimento das estratégias pedagógicas que resultam, diariamente, em relações de troca de conhecimento. Para a diretoria do Adufg-Sindicato, Milton Ribeiro reforça o discurso obscuro do atual governo, que ignora diariamente o conhecimento e a capacidade que o ensino tem de transformar vidas.

Vale lembrar ao ministro que o Brasil possui compromisso com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, que asseguram o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência.

Neste sentido, a diretoria do Adufg-Sindicato entende que a fala de Milton Ribeiro é, novamente, desumana. O titular do MEC, assim como o governo Bolsonaro, prefere segregar os estudantes, quando deveria investir mais no ensino público e na superação de barreiras, que venham limitar exercício de direitos das pessoas com deficiência.

Goiânia, 24 de agosto de 2021.
Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato)
Professor Flávio Alves da Silva
Presidente