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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 12/05/2023 - Correio Braziliense, Na mídia

IBGE: Renda média encolhe 6,6% no governo Bolsonaro e atinge pior patamar da história

IBGE: Renda média encolhe 6,6% no governo Bolsonaro e atinge pior patamar da história

Apesar do crescimento de 2% em 2022 na comparação com 2021, o rendimento médio real da população brasileira de todas as fontes encolheu 6,6% durante os quatro anos do governo Jair Bolsonaro (PT) nas grandes regiões, passando de R$ 2.712, em 2018, para R$ 2.533, no ano passado, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (11/5). Esse é o menor patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Rendimento de todas as fontes do órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, iniciada em 2012.

Durante a pandemia da covid-19, o rendimento de todas as fontes encolheu 3,4%, em 2020, e 5,2%, em 2021. Mas, na comparação com o a renda média de R$ 2.600 registrada em 2012, a perda dos trabalhadores brasileiros em uma década de crescimento baixo e três anos com Produto Interno Bruto (PIB) negativo  — 2015, 2016 e 2020 — foi menor do que no governo Bolsonaro, de 2,6%.

A pesquisa mostra que, em 2022, foram estimadas 214,2 milhões de pessoas residentes no país, contingente 8,3% superior aos 197,7 milhões de moradores contabilizados em 2012. A região Sudeste concentrava a maior parte da população (42,1%), seguida por Nordeste (27%), Sul (14,3%), Norte (8,8%) e Centro-Oeste (7,8%). Do total de habitantes no ano passado, 134,1 milhões (62,6%) tinham algum tipo de rendimento e todas as regiões registraram crescimento no número de pessoas com algum tipo de renda. Esse é o maior percentual da série histórica. A região Sul apresentou o maior percentual, de 67%, e o Norte, o menor, de 55,9%. 

Perdas com a pandemia
De acordo com os dados do IBGE, o rendimento médio mensal domiciliar per capita foi de R$ 1.586 em 2022, dado 6,9% superior ao registrado em 2021, quando a renda média atingiu o menor valor da série histórica (R$ 1.484), após dois anos de quedas durante a pandemia de covid-19.

Em 2022, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita cresceu 7,7% ante 2021, somando R$ 339,6 bilhões. A região Nordeste segue com menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (R$1.011), enquanto a Sul manteve o maior (R$ 1.927).

De acordo com o IBGE, entre 2012 e 2019, a massa salarial teve uma expansão de 11,7%, mas, com a pandemia, as perdas entre 2020 e 2021 foram de 5,6% e de 3,2%, respectivamente. Na comparação com 2021, houve um crescimento de 6,6% do rendimento médio, em gran de parte, devido ao aumento do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, de acordo com os dados do órgão.

Segundo o IBGE, entre os fatores que ajudam a explicar o aumento da massa de rendimento entre 2021 e 2022, destaca-se o crescimento de 8,8% da população ocupada, no período, para 95,2 milhões de pessoas, o maior patamar da série.  “Esse crescimento de 7,7 milhões de pessoas foi mais do que suficiente para recuperar as perdas ocorridas durante a pandemia”, destaca o relatório da Pnad. Em 2019, a população ocupada somava 92,8 milhões. 

Desigualdade e Índice Gini
O rendimento médio per capita das classes mais pobres cresceu entre 2012 e 2022. Conforme os dados da Pnad, metade da população brasileira registrou um rendimento per capita mensal real de R$ 537, dado  18% superior ao dado de 2021, de R$ 455. Na comparação com os R$ 491 da renda média per capita de 2012, o avanço foi de 9,4%.

Por outro lado, as parcelas de 5% a 1% das pessoas mais ricas da população registraram redução do rendimento médio per capita entre 2012 e 2022, de 3,8% e 7,1%, respectivamente. O levantamento mostra também que, em 2022, o rendimento médio do 1% da população que ganha mais (rendimento domiciliar per capita mensal de R$ 17.447) era 32,5 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537). Em 2021, essa razão era de 38,4 vezes.

 

O Índice Gini do rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos mostra que houve redução do indicador de 0,504 para 0,409 entre 2012 e 2015. E, a partir de 2016, esse indicador de desigualdade piorou e alcançou os maiores valores da série, em 2018 e em 2019, de 0,506. 

Com a pandemia e a redução brusca de ocupação, principalmente, entre os trabalhadores informais, a desigualdade do rendimento diminuiu, de acordo com o IBGE. O Índice Gini voltou a cair para 0,500, em 2020, passando para 0,499, em 2021, e para 0,486, em 2022, o menor da série histórica.

O Índice Gini mede a concentração da distribuição de renda e quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. E, quanto mais perto de zero, menor é a desigualdade.

Programas sociais
Conforme os dados do IBGE, o percentual de domicílios dependendo de algum programa social do governo, como o auxílio emergencial, disparou durante a pandemia, passando de 0,7%, em 2019, para 23,7%, em 2020, e para 15,4%, em 2021. No ano passado, o percentual de residências, dependendo de outros programas sociais, foi de 1,5%. Enquanto isso, o número de residências dependentes do Bolsa Família, que chegou a 8,6%, em 2021 em grande parte, devido à migração para o auxílio emergencial, passou para 16,9%, em 2022, percentual próximo aos 16,6% de 2012.