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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 18/05/2025 - Notícias

Maio Laranja: Um compromisso com a proteção da infância e adolescência

Maio Laranja: Um compromisso com a proteção da infância e adolescência

O mês de maio carrega consigo um alerta poderoso e necessário: o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A campanha Maio Laranja surgiu como uma resposta à urgência de conscientização e enfrentamento desse grave problema social. Mais do que uma ação simbólica, ela representa um chamado à sociedade para romper o silêncio, reconhecer os sinais da violência e promover uma cultura de proteção e respeito aos direitos das crianças e adolescentes.

O Brasil tem vivenciado uma triste realidade: segundo dados do Disque 100, milhares de casos de violência sexual contra menores são registrados anualmente, sendo que a maioria dos agressores é composta por pessoas próximas, como familiares ou conhecidos. Esse cenário alarmante exige atuação firme e contínua por parte das instituições públicas, da sociedade civil e, sobretudo, do ambiente educacional.

Os números são alarmantes. De acordo com o Fórum Nacional de Segurança Pública, a cada hora 3 crianças são abusadas no Brasil. Cerca de 51% têm entre 1 a 5 anos de idade e em mais de 80% dos casos as vítimas são meninas, a maioria negra. São casos que machucam não só o corpo, mas a alma, roubando a inocência e o futuro das vítimas.

Papel das Universidades Federais de Goiás

As Universidades Federais de Goiás têm se mostrado protagonistas no enfrentamento à violência sexual infantojuvenil. Instituições como a Universidade Federal de Goiás (UFG), a Universidade Federal de Jataí (UFJ) e a Universidade Federal de Catalão (UFCAT) realizam ações educativas, pesquisas, eventos e parcerias com órgãos de proteção social ao longo do mês de maio, e durante todo o ano.

A UFG, por exemplo, promove ciclos de palestras, oficinas de capacitação para profissionais da educação e da saúde, além de campanhas de sensibilização em escolas públicas e espaços comunitários. Além disso, o Hospital das Clínicas (HC-UFG) integra a rede de hospitais universitários que oferecem atendimento multiprofissional a vítimas de violência sexual, com foco especial em crianças e adolescentes.

A UFJ desenvolve projetos de extensão voltados à escuta protegida e ao atendimento psicológico de vítimas, contribuindo diretamente para a formação de redes de apoio. Já a UFCAT tem realizado rodas de conversa com alunos e professores, discutindo estratégias para identificar e denunciar possíveis casos de abuso.

Essas ações não apenas fortalecem a rede de enfrentamento à violência sexual, como também formam profissionais mais conscientes e preparados para atuar de maneira ética e acolhedora frente às demandas que envolvem a infância e a adolescência.

Olhar atento dos educadores

Professores e profissionais da educação ocupam um lugar estratégico na identificação de sinais de violência. A escola é, muitas vezes, o único espaço onde a criança ou o adolescente se sente seguro o suficiente para expressar, mesmo que de forma indireta, o sofrimento que vivenciam.

Mudanças bruscas de comportamento, retraimento, agressividade, queda no rendimento escolar, falas inadequadas para a idade e resistência em ir à escola ou voltar para casa são alguns dos sinais que devem acender o alerta dos educadores. 

No entanto, é essencial que esses profissionais estejam capacitados para agir com responsabilidade, empatia e, sobretudo, com conhecimento dos protocolos legais, como a notificação obrigatória e o acionamento dos conselhos tutelares.

A formação continuada e o apoio institucional são fundamentais para que os professores não se sintam sozinhos nesta missão. É necessário que as escolas estabeleçam protocolos de acolhimento e articulação com a rede de proteção, garantindo que cada caso suspeito seja tratado com a seriedade e o cuidado que exige.

Compromisso de todos

O Maio Laranja é mais do que um símbolo, é um grito coletivo por justiça, dignidade e segurança para as nossas crianças e adolescentes. Cabe a todos nós, como cidadãos, profissionais e instituições, romper com o ciclo do silêncio e da omissão. 

As ações desenvolvidas pelas Universidades Federais de Goiás mostram que o conhecimento e o engajamento acadêmico podem ser grandes aliados na construção de uma sociedade mais consciente e protetora.

Proteger a infância é proteger o futuro. Que o Maio Laranja nos inspire a sermos vigilantes todos os dias do ano.