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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 01/05/2025 - Notícias
Adufg exibe documentário “Doutor Araguaia” com história de heroi da Guerrilha do Araguaia

O Adufg-Sindicato promoveu a exibição do filme documentário “Doutor Araguaia”, obra que relata a vida e luta de João Carlos Hass Sobrinho, conhecido como Doutor Juca. A apresentação aconteceu no auditório da sede do Sindicato e contou com as presenças do diretor do filme Edson Cabral; de Sônia Hass, irmã João Carlos Hass e também do professor Romualdo Pessoa, diretor do Adufg e autor de dois livros sobre a Guerrilha do Araguaia.
Nascido em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, João Carlos Hass Sobrinho integrou a guerrilha do Araguaia e, como profissional de saúde, prestou atendimento a camponeses das regiões de Porto Franco (MA) e Xambioá (TO). Ele foi perseguido pelo regime militar e assassinado em setembro de 1972. Seus restos mortais nunca foram entregues à família.
Segundo Sônia, fazer o filme foi como resgate à memória e uma maneira de homenagear os familiares. "A gente não teve o desfecho da história, não houve abertura de arquivos, não sabe quando ele foi morto, quem matou. Durante décadas, nós, familiares de desaparecidos políticos, dedicamos nossas vidas na busca pela verdade, justiça, reparação e memória. Este documentário resgata, com dignidade, uma história vivida por muitos brasileiros e que as novas gerações precisam conhecer”, afirmou.
Ameaça real
Para o diretor do filme, Edson Cabral, o documentário também é uma forma de acender um sinal de alerta. Para ele, o risco à democracia ainda existe. “Ressignificar essa história ganha contornos especiais e urgentes, para que a democracia e os direitos humanos não sofram novas ameaças de falsas narrativas e atos ilegais e truculentos”, pontuou.
O professor e diretor do Adufg, Romualdo Pessoa, reforçou que a memória e a luta, não só de João Carlos, mas de todos que participaram da Guerrilha do Araguaia, não podem ser esquecidas.
“Precisamos lembrar de herois como o doutor João Carlos Hass e lutar para que suas memórias sejam preservadas. Muitas famílias anseiam até hoje por não saberem onde estão os seus familiares, que nunca tiveram seus restos mortais devolvidos e que têm os documentos da época sob sigilo dos militares. É uma agonia que não se encerra, e, por isso, devemos resgatar a luta de cada um deles, que morreram lutando por um país mais justo e democrático”.